Melão-andino: O Fruto Exótico dos Andes com Sabor de Melão e Frescor de Pepino
Quem passa por uma feira nos Andes logo é surpreendido por frutas diferentes do que se encontra no Brasil. Entre elas, o melão-andino chama atenção pela casca amarela marcada por listras arroxeadas e pela promessa de um sabor inusitado. Ao abrir, a polpa revela um frescor que lembra o melão, mas com notas suaves de pepino. Uma fruta exótica, leve e que guarda em si séculos de história.
Originário de regiões de altitude do Peru, Colômbia e Equador, o melão-andino — também chamado de pepino-doce — é um exemplo vivo da diversidade alimentar que o continente sul-americano oferece. Embora pouco conhecido fora de seus países de origem, ele tem despertado interesse crescente em mercados internacionais, tanto pelo sabor único quanto pelos benefícios nutricionais.
Entre sua beleza, sabor e facilidade de cultivo, o melão-andino se apresenta como uma fruta que une tradição, nutrição e possibilidades gastronômicas. É o tipo de descoberta que pode transformar a percepção do leitor sobre a riqueza dos frutos nativos.
📌 Resumo rápido: fruto exótico da região andina, sabor adocicado e refrescante, nutritivo e fácil de cultivar em climas subtropicais.
Origem e características botânicas
O melão-andino pertence à família Solanaceae, a mesma do tomate, da batata e da berinjela. Seu nome científico é Solanum muricatum. O arbusto que dá origem ao fruto pode alcançar até 1,5 metro de altura, com ramos herbáceos e folhas verde-claras.
O fruto tem formato oval ou levemente arredondado, medindo entre 10 e 20 cm. A casca é fina, de tom amarelado, geralmente adornada por listras verticais arroxeadas. Por dentro, a polpa é suculenta, translúcida e com sabor adocicado que lembra melão, mas com um frescor vegetal que explica o apelido “pepino-doce”.
Nativo das encostas andinas, cresce bem em altitudes que variam de 800 a 3000 metros. A planta é resistente, mas prefere temperaturas amenas entre 15°C e 25°C, condições comuns em regiões montanhosas. Essa adaptação faz dela uma fruta importante na dieta tradicional dos povos andinos.




Valor nutricional e benefícios à saúde
O melão-andino é um alimento funcional por natureza. Rico em água, ajuda na hidratação em climas secos de altitude. É pouco calórico, com cerca de 25 a 30 kcal por 100 g, o que o torna aliado de dietas leves.
Entre seus nutrientes, destaca-se a vitamina C, essencial para a imunidade e saúde da pele. Também fornece fibras, que auxiliam na digestão e promovem saciedade. Sua polpa contém antioxidantes naturais, que combatem radicais livres e ajudam a proteger células contra o envelhecimento precoce.
Consumido regularmente, pode colaborar para:
- Melhorar a digestão e prevenir constipação.
- Reforçar o sistema imunológico.
- Manter o corpo hidratado e energizado.
- Ser alternativa doce e natural para quem busca reduzir o consumo de sobremesas industrializadas.
Nos Andes, é comum ser indicado como alimento de recuperação para pessoas convalescentes, dada sua leveza e capacidade de hidratar o organismo.
Cultivo do melão-andino
Cultivar o melão-andino é uma oportunidade para diversificar hortas familiares e até pequenos pomares. A planta prefere climas subtropicais e temperados, evitando extremos de calor ou frio.
O solo ideal é fértil, leve e bem drenado, rico em matéria orgânica. A rega deve ser regular, mantendo a umidade, mas sem encharcar. Como outras solanáceas, é sensível a excesso de água, que pode causar fungos.
A propagação pode ser feita tanto por sementes quanto por estacas, sendo a segunda mais eficiente para manter características da planta-mãe. Em condições adequadas, começa a frutificar em cerca de 4 a 6 meses após o plantio.
Uma vantagem é que pode ser cultivado em vasos grandes, tornando-se uma opção para hortas urbanas. A poda ajuda a manter o formato arbustivo e facilita a colheita dos frutos.
Usos gastronômicos
O melão-andino é versátil e pode surpreender em diferentes preparações. Seu consumo mais comum é in natura, fresco, como sobremesa ou lanche. Cortado em pedaços, revela a polpa translúcida que derrete na boca.
Em saladas de frutas, combina com mamão, kiwi e uva, realçando a refrescância do conjunto. Também pode ser batido em sucos, trazendo leveza e um sabor incomum.
Na culinária sofisticada, é usado em combinações com queijos leves, como ricota e mozzarella fresca, ou servido com iogurte natural e mel. Alguns chefs aproveitam sua delicadeza em pratos salgados, harmonizando-o com peixes e saladas verdes.
Sua versatilidade lembra a do melão tradicional, mas com a vantagem de um sabor mais delicado e menos açucarado, o que amplia as possibilidades gastronômicas.
Curiosidades culturais e comerciais
Nos Andes, o melão-andino é presença garantida em feiras livres e mercados regionais. É consumido principalmente fresco, mas também faz parte de tradições familiares como fruta de celebrações e colheitas.
Seu nome varia: é chamado de “pepino-doce” no Peru e no Equador, mas também é conhecido como “pepino-melão” em alguns lugares. Apesar de estar ligado ao gênero Solanum, mais associado a hortaliças, é tratado culturalmente como fruta devido ao sabor doce.
Nos últimos anos, ganhou espaço em países como Espanha, Nova Zelândia e até no Brasil, onde é cultivado em pequena escala. Seu potencial comercial é promissor, pois une exotismo, sabor agradável e valor nutricional.
Outra curiosidade é que, por ser muito delicado, não suporta longos transportes, o que dificulta sua popularização em grandes mercados. Isso, por outro lado, o mantém como uma iguaria de nicho, apreciada justamente por sua raridade.
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Última folha
O melão-andino é mais do que uma fruta exótica: é uma expressão da biodiversidade andina e do cuidado humano em cultivar sabores únicos. Suave, hidratante e nutritivo, ele une a leveza do melão ao frescor do pepino, em uma combinação difícil de esquecer.
Ao prová-lo, não se experimenta apenas um alimento: prova-se um pedaço da história dos Andes, das mãos que o cultivaram e da tradição que o mantém vivo até hoje. Ele é convite a explorar o novo e valorizar a diversidade que a natureza oferece.
Com folhas pequenas e sonhos grandes, dall.conecta